The Hug, Romero Britto |
Hoje, deu-me vontade de abraçar-te para compartilhar a vossa alegria. Hoje, deu-me vontade de torcer o teu sucesso. Hoje, deu-me vontade de aplaudir a tua chegada ao ápice. Hoje, deu-me vontade simplesmente de assistir-te explicar os hormônios.
Mas, tu não queres saber do que eu tenho para te dar. Em um mundo tão breve, não deves olhar aos mesquinhos. O futuro é tão rápido quanto o piscar dos olhos. Olhe as pessoas boas que apenas querem o bem.
Eu?... Eu apenas quero amar-te sem ti. Se eu posso?... Oras, desde quando a inquisição soube o que é amor? Como poderiam entender os gregos e romanos diante de sua cegueira medieval? Tudo o que nos dizem de amor foi inventado por aqueles que não sabem amar. Não são capazes de dizer qual o momento da felicidade. Por quê? Eles não sabem de nada! E se tu os indagas, logo vem com suas bravatas dogmáticas... A preferida é "para sempre". Alguém? Por favor! Explica-me onde fica "para sempre"? Eu quero ser feliz para sempre. Mas, se eu não souber o que é para sempre, como saberei ser feliz agora?
"Enquanto a vida vai e vem/Você procura achar alguém/Que um dia possa lhe dizer/-Quero ficar só com você//Quem inventou o amor?"* Quem inventou o "para sempre"? Oras, oras, o para sempre sempre acaba! E melhor acabar com a certeza de que fui feliz, do que na busca incessante do "para sempre". Mas, sabes o que não acaba? A felicidade, os prazeres... Ou seja! O que não acaba é o... amor.
Sim! O amor é multifacetado. O diabo é que manobra(m) nossas percepções. Nos ensina(m) uma face apenas. O amor sofre metamorfoses e contigo não foi diferente. Diante de um cenário adverso, apenas os fortes perpetuam na evolução. Como as bactérias que adaptaram-se à respiração anaeróbica em ambientes ricos de enxofre, como das fumarolas dos oceanos profundos. Eu sempre terei amor por ti. Mas, veja bem! Não me entenda mal! Trata-se de um amor adaptado. Tornou-se autotrófico, não necessita mais de carinho, de tua companhia, sequer notícias tuas ele pretende ter. Este amor é puro, nobre e não precisa de tua crença. Dizem que um amor assim tem telepatia. E... cá entre nós, é bem melhor assim, não?
Mas, mesmo assim, hoje ele quis te ver. Entretanto, outra qualidade dele é a inteligência. Ele sabe que neste teu tempo, tens a mania de esquecer que a vida é breve e única. Por isso, ele não foi! Por isso, ele não vai! Por isso, ele não irá! Se contentará apenas em desejar-te o bem, doutora! Este dia chegou, parabéns!
A esta altura, o(a) leitor(a) deve estar a se perguntar: quem este cara pensa que é para falar de amor? Fato, meu(minha) caro(a)! Nada sou, senão um pobre mortal. "Quero que tudo saia/Como som de Tim Maia/Sem grilos de mim/Sem desespero, sem tédio, sem fim.."** Apenas desejo amar intensamente TUDO nesta vida. Se acerto ao viver este sentimento do meu modo? Impossível haver uma única resposta correta e outras tantas erradas. Pois, "Quem inventou o amor?/Me explica por favor!"* Ou melhor, deixe para lá! Não almejo perder tempo nesta breve vida. Sigo mais feliz em errar amando, que acertar sem amor.
Diante da correria urbana de São Paulo, um pedido. |
** trecho da letra Eclipse Oculto de Caetano Veloso.
O que achou?
É... bem assim, my friend! "O para sempre é sempre por um triz..." (Chico Buarque)
ResponderEliminarFiquei engasgada, pois entendo, entendi... Me emocionei de verdade!
;)
Vida longa ao Amor e que todos possamos dizer "(...) do amor (que tive):
Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure." (Fernando Pessoa)
UFA!
Apenas uma correção, Mitch: o soneto de fidelidade foi escrito por Vinícius de Moraes. É claro que tu sabes, mas o leitor pode ser induzido ao erro, hehe.
EliminarHahsuahsuasha!!!
ResponderEliminarVerdade!
Tava com o "Pssoa" na cabeça!
VINÍCIUS, VINÍCIUS!
P.S.: Isso que peguei o livro pra copiar o trecho corretamente!
ResponderEliminarHahaah