terça-feira, 24 de setembro de 2013

Música de um domingo

Tu 
Letra e música: Luís Pedro F. Silva

Tu tens um sorriso que me cura
mágoas que não posso confessar;
tem tanto calor, tanta candura
que quase magoa, por te olhar.
Tu, apenas tu, só porque m’olhas
gritando e chorando esta canção,
fazes-me sonhar que já recordas
memórias dessa tão dista paixão
em que estavas, enfim,
envolta em véus de mim
tal como eu -
- envolto em véus de ti,
me lembro de sentir
que, em parte, já era teu!

Tu tens o olhar de uma criança
que parece pouco sentir dor.
Noto, em ti, a falsa esperança
de nunca ouvir falar de Amor
Tu, apenas tu, só porque ouves
dás voz e vida ao meu coração
que quer descobrir porque te aprouve
buscar abrigo nessa solidão -
vestir os véus de ti
despir-te dos véus de mim
e esperar
que cresçam só por si
a luz, a cor e um fim
que queiras alcançar.

Tu és uma estrela luminosa
que nunca pára de brilhar;
és uma mulher maravilhosa
que se prepara para amar.
Tu, apenas tu, só porque existes
me dás alento e força para viver
e, se ao grito de amor, tu resistes
nada mais eu tenho a fazer
do que ficar assim
envolto em véus de mim
e tu também –
- envolta em véus de ti,
escusada a sentir
amor por alguém!
Este post começou invertido. Normalmente, escrevo um contexto e depois cito alguma poesia, letra, passagem, etc. Então irei começar, ou terminar, o post.

Certa vez andava pelas ruas no centro de Porto, quando topei-me com um grupo de jovens todos de terno e envoltos numa túnica negra sob um forte sol. Eram um grupo de músicos com diversos intrumentos, praticamente uma pequena orquestra. Meu padastro, que me acompanhava, parou e disse, - É uma Tuna! E ele contou-me brevemente o significado disso. São um bando de acadêmicos, e por que não também dizer, um bando de loucos, a tocar diversos instrumentos, a dançar e a interagir com aqueles que paravam para apreciar aquele carinho aos ouvidos.

Enquanto isso, fomos abordados por um dos integrantes do bando e impressionou-me a eloquência do rapaz: Posso comunicar-te em português? E, apresentou-nos a Tuna de Medicina da Universidade de Porto.

No momento que o rapaz, vestido com uma túnica negra, começou a relatar as despesas que o grupo naturalmente possui, logo saquei o motivo de toda elegância. Entretanto, fui surpreendido, pois ele não apenas queria uma "esmola", mas sim que adquirisse um dos discos do grupo. Não pestanejei e adorei. Esta música que abre o post é uma das canções do álbum Tempo Fugaz, Tu. Lindíssima, não?

Se tu quiseres, podes clicar na palavra Tu, logo no começo do post, e podes fazer o download desta gentileza que disponibilizo aos queridos leitores deste espaço tão meu.

No domingão último, chuvoso, esta música não me saia da cabeça, e por isso, trago a ti esta homenagem.

Tu, apenas tu, sabes quem és tu!

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sábado, 14 de setembro de 2013

Hospede o bem

Foto: Jessica Ladewig
Já diz a sabedoria popular, a primeira vez a gente nunca esquece. E, claro, pois ou ela nos marca pelo prazer de sua novidade, ou pela frustação da inexperiência. Recentemente, eu tive mais uma emoção inesquecível que a trago para vocês, amigos leitores. 

Era uma 3ªfeira, noite agradável no Cassinão. Saí do futsal com a cabeça feita tanto pela boa atuação de meus companheiros, como pelo meu hat-trick. Quem joga bola, mas é grosso, vai entender o motivo da minha satisfação. Parei no posto para tomar um guaraná, suco de caju, goibada para sobremesa.

Eu jogo futebol sem óculos, e achei que tinha reconhecido um amigo meu, fui cumprimentá-lo e saber para onde iria viajar, pois estava acompanhado de um mochilão. Quando cheguei próximo, percebi que não era conhecido, mas como já havia iniciado o cumprimento, não fui grosso e continuei.

- Oh, cara, te cunfundi com um brother. Mas, aí, vai pegar uma estrada então?

Ele me olhou com cara de espanto

- No compreendo, com sotaque castelhano.

- Opa, Uruguay?
- No, Argentina.
- Legal, vai para onde?
- São Paulo.

E começamos um papo breve naquele clássico portunhol. Desejei boa sorte em sua trip e fui em busca de minha gelada. A porcaria é que a geladeira do posto sempre está na temperatura próxima das ALE, embora comercialize pilsen. De todo modo, peguei e saí para trocar ideia com uma outra galera que estava por lá também. Enquanto conversava percebi o hermano isolado, no canto do posto, sentado em cima de seu mochilão e ainda tirava umas cochiladas. Convidei-o para integrar ao grupo, vi que ele tinha um violão e um skate no seu pacote de viagem. Ele veio, e com seu violão acabamos a conversar no bobódromo.

- Tu estás a esperar por alguna persona? Perguntei.
- No, e disse-me que ia dormir ali mesmo, pois estava cansado de seu dia na estrada. Ele vinha de Rivera (URU), e desde Buenos Aires ele veio de boleia.

Poxa, quando ele me falou aquilo, meu coração bateu. Imediatamente lembrei de minha amiga, que conheci em Portugal. Ela integra um grupo mundial de voluntários de pousos. Você se cadastra, disponibilza um quarto de sua casa e estabelece quem pode ficar nele. Desse modo, quando um integrante do couchsurfing vai viajar, ele solicita o pouso àqueles voluntários residentes no destino do viajante e, claro, viaja com menos gastos, que, por consequência, viaja mais. Uma excelente alternativa ao capitalismo turístico. E, essa minha amiga linda também está num mochilão pela Europa. Acho que naquele dia ela estava na Croácia ou recém tinha chego a Itália. Ela tem me contado as histórias das pessoas boas que ela conheceu nessa viagem, toda aquela coisa do flowerpower, sabe? O mundo ideal é possível, o bem irá vencer. E virei pro hermano:

- Tu quieres pousar em mi casa? Puedes se bañar. Pero, la manhana amanhã, yo trabajo. Entón, tienes que salir comigo (assim mesmo, afinal, eu falo portunhol!).

E ele aceitou, claro.

Minha amiga a caminho de Berlin na boleia.
Mas, os loucos se encontram. Se já não bastasse eu e meu recém amigo Martín no bobódromo com cerveja e violão, vi um grupo que se aproximava e reconheci um andar estranho com um óculos fundo de garrafa que segurava uma maletinha. Quem é cassineiro sabe do personagem que falo.

- E aí, Charles, faz um som com o argentino aqui.

Nossa, mas nem criança quando vê um pirulito fica tão excitado quanto este gaiteiro quando ouve um barulho bom. E o privilégio foi todo meu, pois praticamente era o público único de um som agradável, já que o bando do Charles continuou sua caminhada e estacionou mais adiante. Uma das canções eu disponibilizei à rede e você pode assistir abaixo. Perceberá que mais um louco se juntou a formação, corroborando a outra sabedoria popular, os loucos se encontram!



 O som estava bom, mas eu tinha que dormir. Neste momento, umas gurias se integraram a nós e, claro, o hermano era o centro das atenções. Eu virei a ele e disse, Cara, se tu quiseres ficar acho que esta brasileira te dá mole, pode te ajudar no português, um intercâmbio aquela hora não ia mal. Mas, ele não quis trocar o certo pelo duvidoso num dia cansativo como aquele, preferiu o aconhego de um lar garantido. A parafrasear um dito, mais vale um banho quente na mão que duas línguas voando.

Enquanto caminhávamos a minha casa transferi a minha experiência litorânea. Disse que muito provavelmente conseguirá seguir tua viagem na boleia até Floripa. Dali em diante, muito provavelmente, ele terá que gastar com transporte. Sugeri Ilha do Mel, Cananeia, Ilha Comprida e depois um salto a São Sebastião, Ubatuba. Veja bem, adoro o litoral sul paulista, mas o cara era de Buenos Aires, sabia do que falava quando disse de violência. Peruíbe, Itanhaem, Monguaguá, Praia Grande, Santos, São Vicente são praias muito violentas, especialmente com seus turistas. E, claro, virei a ele e ordenei, Se tu chegar a Ubatuba, tu tienes que coñecer Parati. Será que ele irá lembrar dessas histórias?

Chegamos em casa, eu acho que ele tinha uns 3 dias sem banho. Fedia muito, que acendi um incenso para disfarçar a marofa em minha sala. O hermano ficou uma hora no baño. Como se estivesse a recuperar os banhos perdidos e se limpar por mais 3 dias, por garantia. Ainda trocamos umas ideias em casa, ainda tinha um vinhozinho aberto e pus um som para descontrair, numa relax, numa tranquila, numa boa.

No dia seguinte, parece que ele ouviu o meu despertador, pois quando sai do quarto ele já dobrava o saco de dormir. Tomamos café e perguntei de seus planos. Ofereci minha casa por mais alguns dias, inclusive sugeri de ele lavar algumas roupas na máquina. Mas, ele preferiu partir. E me deixou uma barraca, que achei que iria vir buscar depois. Confesso que não compreendi muito bem o que ele me disse quando me entregou a barraca. Não acredito que ele tenha me dado.

E a última lembrança que tenho de Martín foi um agradecimento budista e, em bom portunhol:

- Obrigado!

Fui para a FURG tão feliz na 4ª feira, como fazer o bem faz bem. Aquela sensação de escoteiro quando a boa ação do dia já foi cumprida. E, assim seja feito o bem! Ele nos traz tantos benefícios, que, poxa, como tem gente que faz o mal? Então fica aqui o meu registro e incentivo a oferecer o que você pode oferecer, sem olhar a quem. Sem almejar benefícios próprios, mas sim, coletivos. Amanhã pode ser eu, você, o Martín, a Jessica...

Por falar nisso, eu posso pousar na tua casa hoje? Prometo que tomo uma ducha rápida :)


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quinta-feira, 12 de setembro de 2013

Hoje ele quis te ver

The Hug, Romero Britto

Hoje, deu-me vontade de abraçar-te para compartilhar a vossa alegria. Hoje, deu-me vontade de torcer o teu sucesso. Hoje, deu-me vontade de aplaudir a tua chegada ao ápice. Hoje, deu-me vontade simplesmente de assistir-te explicar os hormônios.

Mas, tu não queres saber do que eu tenho para te dar. Em um mundo tão breve, não deves olhar aos mesquinhos. O futuro é tão rápido quanto o piscar dos olhos. Olhe as pessoas boas que apenas querem o bem.

Eu?... Eu apenas quero amar-te sem ti. Se eu posso?... Oras, desde quando a inquisição soube o que é amor? Como poderiam entender os gregos e romanos diante de sua cegueira medieval? Tudo o que nos dizem de amor foi inventado por aqueles que não sabem amar. Não são capazes de dizer qual o momento da felicidade. Por quê? Eles não sabem de nada! E se tu os indagas, logo vem com suas bravatas dogmáticas...  A preferida é "para sempre". Alguém? Por favor! Explica-me onde fica "para sempre"? Eu quero ser feliz para sempre. Mas, se eu não souber o que é para sempre, como saberei ser feliz agora?

"Enquanto a vida vai e vem/Você procura achar alguém/Que um dia possa lhe dizer/-Quero ficar só com você//Quem inventou o amor?"* Quem inventou o "para sempre"? Oras, oras, o para sempre sempre acaba! E melhor acabar com a certeza de que fui feliz, do que na busca incessante do "para sempre". Mas, sabes o que não acaba? A felicidade, os prazeres... Ou seja! O que não acaba é o... amor.

Sim! O amor é multifacetado. O diabo é que manobra(m) nossas percepções. Nos ensina(m) uma face apenas. O amor sofre metamorfoses e contigo não foi diferente. Diante de um cenário adverso, apenas os fortes perpetuam na evolução. Como as bactérias que adaptaram-se à respiração anaeróbica em ambientes ricos de enxofre, como das fumarolas dos oceanos profundos. Eu sempre terei amor por ti. Mas, veja bem! Não me entenda mal! Trata-se de um amor adaptado. Tornou-se autotrófico, não necessita mais de carinho, de tua companhia, sequer notícias tuas ele pretende ter. Este amor é puro, nobre e não precisa de tua crença. Dizem que um amor assim tem telepatia. E... cá entre nós, é bem melhor assim, não?

Mas, mesmo assim, hoje ele quis te ver. Entretanto, outra qualidade dele é a inteligência. Ele sabe que neste teu tempo, tens a mania de esquecer que a vida é breve e única. Por isso, ele não foi! Por isso, ele não vai! Por isso, ele não irá! Se contentará apenas em desejar-te o bem, doutora! Este dia chegou, parabéns!

A esta altura, o(a) leitor(a) deve estar a se perguntar: quem este cara pensa que é para falar de amor? Fato, meu(minha) caro(a)! Nada sou, senão um pobre mortal. "Quero que tudo saia/Como som de Tim Maia/Sem grilos de mim/Sem desespero, sem tédio, sem fim.."** Apenas desejo amar intensamente TUDO nesta vida. Se acerto ao viver este sentimento do meu modo? Impossível haver uma única resposta correta e outras tantas erradas. Pois, "Quem inventou o amor?/Me explica por favor!"* Ou melhor, deixe para lá! Não almejo perder tempo nesta breve vida. Sigo mais feliz em errar amando, que acertar sem amor.

Diante da correria urbana de São Paulo, um pedido.
*trecho da canção Antes das Seis de Dado Villa-Lobos e Renato Russo que você pode conferir abaixo :)
** trecho da letra Eclipse Oculto de Caetano Veloso.


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segunda-feira, 2 de setembro de 2013

Uma coisa é uma coisa, e outra coisa é outra coisa!

Mas, elas podem se misturar?

Estádio mais caro da copa ilustra um retrocesso, brigas entre torcidas retornam a cancha.

Primeiramente, vamos definir uma coisa, e a outra também.

Uma coisa

20 de fevereiro se 2013, estreia do Corinthians na copa interclubes mais importante do continente americano (posto que mexicanos também a jogam). Kevin Beltrame Espada, um torcedor de futebol apaixonado, decidiu viajar a Oruro especialmente pela oportunidade de ver o atual campeão mundial jogar contra seu time do coração, como revelou em uma reportagem o pai do garoto. Pois bem, uma tragédia do futebol mundial ocorreu. Por que? Algum insano levou um sinalizador marítimo para dentro de um estádio e não foi capaz de ler TRÊS instruções de manuseio. Muito embora que, por mais absoluta segurança que uma pessoa poderia ter em manusear, este artefato jamais deveria entrar num estádio de futebol. Pois bem, a polícia e autoridades bolivianas, sem saberem o autor do disparo, prenderam 12 torcedores brasileiros. Quatro deles, inclusive, já possuíam antecedentes criminais no Brasil.

Detalhe das 3 instruções de manuseio. Repare também o tamanho deste artefato. Faltou fiscalização na entrada do estádio, ou apenas o bom senso dos torcedores?

Nessas horas, muitos falam, fazem um escarcéu contra, outros a favor. E, claro, políticos e cartolas aparecem. Viajaram, inclusive, a Oruro com dinheiro público. Pois bem, o que se tira de proveito disso? Quais as atitudes que as autoridades brasileiras, bolivianas e sulamericanas tomaram para que este 20 de fevereiro seja o último caso de vítima fatal?

NA-DA!

O resultado? No Brasil, um menor, sócio da gaviões da fiel, se entregou a polícia em São Paulo e foi libertado. Na Bolívia, todos os detidos foram libertados. Os processos em ambos os países foram arquivados. Em toda a América e no mundo, torcedores continuam a fazer uso de sinalizadores, embora eu seja adepto desta prática, entretanto, com responsabilidade.

Não é privilégio brasileiro o uso de sinalizadores, muito menos a falta de responsabilidade com estes artefatos. Torcida organizada do FC Porto arremessa sinalizadores e árbitro encerra a partida amistosa com o RC Celta de Vigo (ESP).

Outra coisa

25 de Agosto de 2013, portanto, um pouco mais de seis meses da tragédia de Oruro. Um grupo de empresários adquire o mando de campo junto ao CR Vasco da Gama e decide que o jogo frente ao SC Corinthians Paulista será no estádio mais caro da copa do mundo, o Mané Garrincha. E decide também que será de torcida única. Isto mesmo, leitor(a), torcida ÚNICA.

Vejo a cena destes empresários numa sala cercados de puxas-sacos, chivas e charutos. Eles decidem que a partir de agora, como o estádio possui o selo padrão FIFA, os torcedores agora irão automaticamente mudar seus modos, como num passe de mágica. É muita desinformação destes sangues-sugas. Poxa, eles não tem conhecimento de toda a rivalidade estúpida que as facções insistem em manter, que já gerou inclusive mortes. Uma delas ocorreu em 2009, eu fui a este jogo, vi o ônibus da força jovem do vasco ser incendiado enquanto dirigia-me ao metrô para regressar à casa, em paz, obviamente. Clique aqui para ver uma reportagem do uol sobre este episódio.

Este episódio de Brasília, me faz lembrar de um passado recente, onde outro escarcéu também ocorreu sobre os atos de vandalismo durante a copa das manifestações. - Aliás, aqueles que defendem o fim das organizadas, o vandalismo da copa das confederações deixa claro que este ato não está apenas nestas agremiações, e mostra que devemos tratar o assunto como um problema social, onde não se aceitam as diferenças clubísticas, sexuais, religiosas, culturais, etc!

Nesta época das manifestações, vi uma charge que perguntava: O que é vandalismo? Enquanto pacientes aguardavam atendimento no chão de um hospital. Esta pergunta cabe perfeitamente para este momento. Será que deixar duas torcidas que tradicionalmente se enfrentam sem isolamento não é um vandalismo contra aqueles milhares de torcedores que adquiriram seus ingressos caríssimos, muito provavelmente depois de longa espera nas filas, e que imaginavam apenas estar ao lado de seus amigos, familiares em uma atração desportiva? Estes cidadãos não foram lesados?

Quais os tipos de vandalismo você identifica em uma mesma foto?

Aí, o que acontece depois? O mesmo blá-blá-blá para boi dormir, roteiro de cinema. Alguns são detidos, declaram ser inocentes, assinam um termo de compromisso e são liberados por "falta de provas". Horas seguintes, clubes e respectivas torcidas lançam notas oficiais, que já tem até estrutura literária. Primeiro, a entidade salienta que é contrário a violência. Depois, afirma que auxiliará nas investigações para que os responsáveis sejam exemplarmente punidos.

Podemos repetir uma das perguntas feitas na seção "Uma coisa".

"Pois bem, o que se tira de proveito disso?"

Também podemos repetir a resposta.

"NA-DA!"

Dessa forma, ao repetir a pergunta e a resposta, respondemos a primeira pergunta deste post, uma coisa pode se misturar com outra coisa? Infelizmente, ambas possuem o mesmo fim. Mas, tem mais misturas que podem ser identificadas. A mais urgente, alguns dos detidos em Oruro foram identificados no Mané Garrincha. Mas, mesmo se não fossem nenhum dos 12 presos no país vizinho. Essas pessoas estampam publicamente um carimbo na testa de todos, esses caras possuem imunidade diplomática, e olha que nem deputado possui mais este privilégio, vide Natan Donadon.

É sempre a mesma coisa!

Não é possível que...
- essas pessoas continuam a circular pelos estádios, sem receio algum de punição;
- não se saiba a origem do ingresso dos brigões;
- os empresários detentores do mando de campo ficarem apenas com o bônus (alguns milhões de reais) e deixarem o ônus apenas nas mãos dos clubes;
- as autoridades brasileiras, as mesmas que viajaram até Oruro, não virem a público com a mesma veemência enquanto pediam a libertação dos detidos;
- os cartolas não tratam do assunto nas federações, confederações e até na FIFA;
- considerem este fato como intrínseco a uma entidade, mas não como um problema social onde não se aceitam as diferenças.

Enfim, nunca tive tanta dificuldade em terminar um post, são tantas questões que foram levantadas, mas o que fica é a perplexidade da impunidade dos agressores que vestem uma camisa de um clube e o varrer para debaixo dos panos de um problema social. Varre o político, o cartola, as torcidas organizadas e, inclusive, o cidadão comum, que na primeira oportunidade rotula: "É a torcida do Corinthians!".

Ou seja, no próximo episódio de violência entre torcidas, virá a tona novamente todo este blá-blá-blá para acabar do mesmo jeito, debaixo do tapete. E, haja tapete!

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