quinta-feira, 10 de outubro de 2013

Semana de Laureação no Nobel Prize

Dia após dia, como de costume, temos conhecimento dos laureados ao prêmio Nobel. Para alguns a premiação máxima, para outros, uma premiação política. Evidentemente, que isso varia de acordo com a área do prêmio (física, química, fisiologia ou medicina, literatura, paz e ciências econômicas). Amanhã, por exemplo, será divulgado @(s) premiad@(s) da paz, que talvez seja o prêmio mais criticado de todos. Em tempo, o blog Um pedido, um santo e uma vela já publicou um artigo do Professor Luís Alberto Romano a respeito do desprestígio ao Nobel da Paz. Aqui neste post escrevo sobre os que mais me chamaram a atenção até o momento, o de fisiologia e de física.

Prêmio Nobel em Fisiologia e Medicina

Vamos imaginar uma cidade onde todos os seus cidadãos são reconhecidos por serem vitais àquela cidade. Este governo sabe que a qualidade de vida do cidadão gera enormes benefícios para o próprio município. Deste modo, governantes investiram muito na qualidade do transporte público. Esta cidade assume que um cidadão não pode perder tempo em aguardar pelo seu transporte, muito menos no momento do transporte. Se algo errado ocorrer, as probabilidades do coitado deixar de produzir, perder o emprego, brigar com seus amigos e companheiros, adoecer, endividar, etc, aumentam. E, mais ainda, toda essa gama de possibilidades estão direta ou indiretamente relacionados à riqueza do município. É simples e linear o raciocínio. Uma pessoa precisa chegar a uma estação próxima de sua casa, o veículo deve chegar pontualmente, e a entrega deve ser no espaço e tempo adequado. 

Se você entendeu a oração destacada anteriormente, você entendeu a razão pela qual James E. Rothman, Randy W. Schekman e Thomas C. Südhof foram premiados com o Nobel em Fisiologia. Numa cidade chamada célula, os cidadãos são as moléculas que são vitais para o seu funcionamento. Desta maneira, eles precisam ser extremamente organizados em seu sistema de transporte, pois qualquer falha pode resultar em apoptose. Esses três cientistas laureados descobriram os princípios moleculares que governam como a "encomenda" é entregue no lugar certo e no momento certo numa célula. Randy Schekman descobriu os genes envolvidos no tráfego das vesículas celulares, onde são armazendas as moléculas sinalizadoras de uma resposta. James Rothman estudou a maquinaria protéica que capacita essas vesículas a se fundirem com seus alvos, permitindo a transferência das moléculas nelas contidas a outros compartimentos celulares ou ainda para fora da célula, como no caso de uma sinapse ou de um hormônio a ser liberado no sistema circulatório. E Thomas Südhof revelou a sinalização celular envolvida para que essas vesículas para a entrega precisa destas moléculas sinalizadoras.

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Prêmio Nobel em Física

Uma imagem de uma colisão simulada entre dois prótons
Imagine a irritação de um ateu ao deparar na imprensa e na boca do povo que todos seus estudos que resultaram num descoberta recebeu a alcunha de "partícula de deus". Pobre Peter W. Higgs que, juntamente com François Englert, recebeu o prêmio em 2013. Eles descobriram, há 50 anos, um modelo teórico que explica o comportamento das forças e peças na natureza. Trata-se de uma energia invisível que preenche um vácuo no espaço. Ao se mover, partículas são lançadas umas as outras, dando massa a um átomo. Essas partículas que dão origem ao átomo são hoje conhecidas como bóson de Higgs, ou a contragosto por seu descobridor como "partícula de deus". Sem os bóson de Higgs, átomos não conseguiriam ser formados no início do Universo e a vida como a conhecemos hoje simplesmente não existiria. Uau, né?

Mas, vamos lembrar que essas teorias foram publicadas em 1960, e só para variar, Higgs foi alvo de duras críticas da comunidade acadêmica ao publicar sua tese. Concomitantemente, Englert também chegou a mesma conclusão de Higgs, porém em pesquisas distintas. Apenas no ano passado que o Centro Europeu de Pesquisas Nucleares, após gastar US$ 8 bilhões no maior acelerador de partículas do mundo, comprovou uma nova partícula subatômica, que poderia ser o bóson de Higgs. Para se ter uma ideia da importância desta descoberta na física, os próprios cientistas físicos afirmam que um novo campo nesta disciplina surgiu, similar a descoberta da molécula do DNA.

Buenas, hoje saiu o de literatura para a canadense Alice Munro, amanhã sairá o da Paz e na 2ª feira o da economia. Nós temos apenas um brasileiro que já foi laureado com o prêmio Nobel. Peter Medawar recebeu o Nobel da Medicina em 1960 pela descoberta da tolerância imunológica adquirida. Entretanto, ele não desenvolvia suas pesquisas no Brasil quando foi premiado, mas sim em Londres.

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